Campos de lírios, lírios de cor roxa e profunda.
Delírios trementes por todo o meu corpo convulso
Lírios como penas leves que valem a pena por isso mesmo,
Porque são lírios roxos, nada mais que lírios.
Campos intocáveis, apenas até serem tocados
Por toques proibidos, apenas enquanto refreados.
Devaneios, ai! Devaneios!
Quero deitar-me nesse campo de lírios
Quero defraudar livremente os meus delírios
Ser uma liberdade só.
Como um lírio roxo que não sai do lugar
Mas que se espraia ao sol e ao vento
E se esgota em fantasias
Tão reais como um grito de gozo profundo
E quando a noite chegar
E quando o vento se for,
E o perfume dos lírios se esgotar,
O meu corpo terá os cheiros intensos
Do silêncio dos campos de lírios roxos,
Onde querendo sem querer
Deitei os delírios que não devia ter.
TARZOA.
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