segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"vai-se andando...!"

Blááá...
Nunca percebi qual é o interesse de lixar a vida aos outros, só porque sim. Essa gente no poleiro caga postas de pescada pra ralé que por ali anda e não fodem nem saem de cima. É o não fazem nem deixam fazer. Ou, como dizia o outro "falam falam falam e não dizem nada".
Já chega porra!
Deixem TRABALHAR! Eu sei que trabalhar é um verbo que faz comichão a muitaaaa gente, mas ainda há quem queira trabalhar. E não se consegue, por vários motivos: ou porque o estado rouba que é uma desgraça, ou porque se alguém ousa ter uma ideia de jeito é porque está armado em chico esperto e pensa que tem o rei na barriga. Ah queres trabalhar? Alvo a abater! Fazes favor de continuar a receber as minhas ordens que é prá gente se aguentar no marasmo do costume e olha, vai-se andando, à boa moda portuguesa.
Consegui perder coisa de 5 minutos a fazer umas contas de merceeiro para perceber que se trabalhar um pouco mais, tudo o que iria ganhar seria para pagar impostos. Lamento, vou ficar a pastelar no sofá em vez de ter um segundo emprego que me permitiria não só crescer enquanto pessoa (porque trabalhar faz calo), mas também ganhar mais uns trocos pra sustentar a família. Para quê? O pessoal dos subsídios é que tem razão - diazinho no café a engordar o pandeiro ganha-se o mesmo do que o empregado que está atrás do balcão. Não me interpretem mal, pois claro que há quem realmente precise de ajuda - só não sei é quantos ao certo... GATUNOS! LADRÕES!
Alguém próximo um dia disse "metia-os a todos num barco só com um furinho e mandava-os ali em direcção ao serro do sudoeste - olha afundou-se!" - está claro, ideia idiota pra uma sociedade "bem organizada" e "respeitadora" como é a nossa. (Será mesmo?)
Mas a culpa é de quem? é da RALÉ! A ralé é que vota. O bom da democracia é que temos o que queremos. E não é tão bom o temos? É. Olha... vai-se andando.

MP

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A precisar de voar...

Ainda não chegou ao fim esta etapa, mas para mim é quase como sejá estivesse encerrada...
Sede de mais, mais qualquer coisa. Ansiedade para traçar um rumo novo, mais um, melhor que o último que desenhei. As portas estão todas abertas, as opções aparentemente são mais que muitas. Afinal o mundo, ninharia do universo, afinal o mundo ainda é bem grande, cheio de coisas, de lugares, de gentes, de silêncios, de ruídos, de cheiros, de sorrisos e lágrimas. É rico. É cheio de coisas.
E eu quero voar.
Nem que seja no meu canto de sonho. Nos devaneios que afinal não existem só aos treze ou catorze anos. São os mesmos devaneios, talvez um pouco mais refinados.
Vou voar. Num mundinho meu... mais pequeno que o mundo dos meus sonhos, mas ainda assim um mundinho.
As raízes são uma treta. Não se vêm, mas estão lá. Fico ancorada em mim, à espera que eu mesma resolva levantar ferro e remar o meu mundinho pelo mundão das outras gentes. E nessa espera, a tristeza invade-me numa lágrima que me traz à realidade dizendo-me que sou e serei fiel às minhas raízes, ao meu ancoradouro.
É uma escolha consciente e talvez por isso dolorosa. Conformo-me com susurros de um amanhã que ainda pode chegar, uma esperança vã que o mundão arraste o meu mundinho e que eu simplesmente possa negar responsabilidade nisso. pode acontecer, não pode?
Não, não pode. Esta é a minha poitada e é aqui que quero e que vou ficar.
Um mundinho sem raízes definha. Sem âncora, bolina e perde-se.

Mas meu amor, uma coisa te juro - quando quiseres voar, estou pronta. E não tenhas pressa, que vou estar sempre por inteiro junto de ti. O meu mundinho é teu...

MP

terça-feira, 7 de abril de 2009

Abraça-me...

Estou sensível demais... Com a lágrima no canto do olho...Com uma vontade enorme de te abraçar, de sentir o teu cheiro, de encostar no teu peito e ouvir ... pum-pum... pum-pum... pum-pum... ouvir. Não há nada nada nada que me faça melhor que esse teu abraço. Sinto paz. Uma tranquilidade e segurança que só tu, só esse teu abraço me consegue dar.
E agora, meu amor, agora é esse abraço que quero... Agora e sempre... Sempre tua.

MP

terça-feira, 31 de março de 2009

A Ti

Tanta coisa que mudou desde que um dia comecei a escrever aquilo que a voz não atinge.
E, ainda assim, não escrevi assim tanto. Afinal, há coisas que as palavras também não dizem. Mas tu sabes o que me vai na alma - os meus olhos dizem-te tudo, tudo... Numa cumplicidade que nem sabia que podia existir. Mas existe! E é tão grande!... E é nossa.

Já lá vão três anos e quando pensava que já não podia amar mais... Só me consigo rir de mim própria! Esta força é infinita em todo o seu esplendor, e não há escalas que a consigam medir. E eu sei, eu sinto que este querer é o mesmo que o teu. É algo singular que nos une num só.

Haja o que houver, o nosso amor (que é mais que amor, porque toda a gente fala de amor, mas nós somos diferentes. E não é presunção, é ter a mais plena certeza de que somos maiores), pois bem... haja o que houver, a nossa força será sempre crescente e chegaremos onde quisermos, juntos, sempre juntos.

Sempre TUA,

MP.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

~ Acordo todas as manhãs com este zumbido e com a certeza que não vais voltar. Cansada de me convencer que, apesar e acima do teu individualismo, estava a tal inevitabilidade a que nos submetemos e chamamos amor, pensei que com todo o amor que sentia por ti, te iria suavizar e de alguma forma fazer parte do teu equilíbrio, tornando-me subtilmente indispensável. Helás. Nunca pensei enganar-me tanto.

Só agora percebo que o teu amor por mim não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha. Fui alguém que te chamou a atenção e que, um dia, decidiste que querias atravessar, com a intuição certeira de um animal selvagem que procura refúgio temporário, quando está cansado.

Sei que não vinhas a fugir de nada, nem à procura de coisa alguma.

Mas acho que, quando em pequeno, te arrancaram uma parte de ti, e desde então ficaste incompleto e perdeste, quem sabe talvez para todo o sempre, a capacidade de adormecer nos braços de alguém sem que penses no perigo de ficar na armadilha do carinho para todo o sempre. ~

(margarida rebelo pinto)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Volta

As horas passavam graves pela couraça da lua

E a chuva engordava o chão já seco, aquela terra enxuta,

A que tinha prometido voltar um dia

Molhando-a, devolvendo-lhe a greda...

Voltou.

À boleia do outono e do mês de Outubro,

Um ano depois voltou,

À mesma paragem,

Na mesma data.

Trajava também com a mesma vestimenta,

Mas mais gasta, algo rota,

Empoeirada,

Suja.

As mangas de pele mais claras,

Manchadas.

O colarinho negro.

Os velhos jeans pardos

E os sapatos já sem atacadores.

Indubitavelmente

Aquela figurinha era a mesma de outrora.

Parecia haver passado uma eternidade

Desde a última vez que aqui tinha estado...

Eternidade andante e vagabunda,

À mercê da candura da Alma idolatrada.

Meses em que, sem amor,

Abalou na espera,

Numa demora agonizada,

Uma promessa

Que nem o seu Deus entendeu.

Voltou hoje como quando partiu,

Apenas mais rota e mais suja,

Mais gasta e mais empoeirada.

A promessa, essa, de nada lhe valeu...



TARZOA.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

« Eu q'ria ser o Mar ingente e forte
O mar enorme, a vastidão imensa...
Eu q'ria ser a árvore que não pensa
Que ri do mundo vão e até da morte...

Eu q'ria ser o Sol, irmão do Mar
O bem do que é humilde e pobrezinho
Eu q'ria ser a pedra do caminho
Que não sofre a tortura do pensar...

Mas o Mar também chora de tristeza,
E a árv're também como quem reza
Levanta aos céus os braços como um crente!

E o Sol cheio de mágoa ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia,
E as pedras, essas, pisa-as toda a gente... »

Florbela Espanca,
Livro de Mágoas